terça-feira, 24 de dezembro de 2019

57!

57
Composição: tony quintino

Não sei se a verei novamente
Não sei se isso é bom ou ruim
O sofrimento quer dizer que você tentou
O que se é capaz de fazer por amor?

Não sei se te amarei sutilmente
Não sei se o meu amor é assim
Se as paixões precisam ir para algum lugar
Morar nas asas das canções melhor não há

Se foi assim que nos perdemos de vez
Por entre passeios na cidade que chora
Se foi assim que escolhemos viver
Por entre veleiros sobre morte e perigo

Se a vida for nos surpreender
Contando histórias de mim e você
Sei que cuidei do seu coração mais do que o meu

E a coleção de momentos ficou
Jamais se quebra, não importa o depois
Memorizei do toque das mãos à paz que me deu

A sereia riu
Viveu, sentiu
Amou também




tq

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Milonga do amor distante!

Milonga do amor distante
Composição: tony quintino

Quando um sonido cerra e vem me tirar a razão
Quando um estampido berra e cega de vez a visão
Quando o chorado prega peças no espaço de um não
Quando o estampado nega prazeres ao meu coração

Sinto saudades da prenda
Da nossa rima perfeita
Dos nossos verbos de amor
Da nossa estrada direita

Sinto saudades do tempo
Do nosso amor redomado
Da nossa simples canção
Dos lindos olhos vidrados

Quando a dor se acoberta e traz mais pra perto a ilusão
Quando a lembrança aperta, desagua na foz da emoção
Quando a esperança peca nas horas de desilusão
Quando o silêncio seca me perco de vez, solidão

Sinto saudades da prenda
Do seu abraço apertado
Do seu sorriso tão seu
Dos lábios quentes, molhados

Sinto saudades de um tempo
Que tudo era pra sempre
Que tudo foi mais feliz
Mas se partiu de repente





Sinto saudades do tempo
Das luzes, dos dias e do sétimo andar
Sinto saudades das horas
Em cada poesia quando não está

Sinto saudades, lembrança
Já que hoje o amor não passa de lenda
Já que hoje nos olhos eu trago uma venda
Sinto saudades, esperança





Sinto saudades da prenda
Da nossa estrada perfeita
Do seu sorriso de amor
Da nossa rima direita

Sinto saudades da prenda
Dos lindos olhos molhados
Da nossa simples feliz
Mas se partiu canção


tq

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O farol!

A música iluminando os caminhos...


O farol
Composição: tony quintino

Dizem que na primavera os corações andam de bicicleta
Dizem que na primavera as canções do amor são armas secretas

Mas tudo em qualquer estação é a mesma coisa que nada
Sinto-me perdendo de você assim

Dizem que no inverno um canto em solidão por certo entra nas casas
Dizem que no inverno o frio da multidão nas ruas ganha mais asas

Mas tudo em qualquer estação é a mesma coisa que nada
Sinto-me perdendo de você assim


Do mar vejo um farol
É uma lembrança a iluminar a noite escura
Aquele abraço apaixonado
E a insensatez de esperar você
O amor que me condena e me salva
Mais uma vez



tq

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Aquela com todas as resoluções!

Aquela com todas as resoluções

Neste ano irei fofocar menos
Neste ano vou pilotar um jato comercial
Neste ano irei aprender um novo instrumento musical
Neste ano vou tirar mais fotos
Neste ano irei fazer menos piadas
Neste ano vou fazer todos os dias algo que nunca fiz antes

Muitas são as possíveis resoluções para este ano que se inicia
Mas tem uma dentre todas que julgo ser a mais importante e a mais difícil
Esta que venho amadurecendo com o passar do tempo e é chegada a hora
É chegada a hora de dizer adeus

Dizer adeus à essa esperança de que um dia volte
Dizer adeus à essa falsa esperança de que crie coragem em ser bichinho outra vez
Venho tendo esperança do verbo esperar e essa espera machuca e não leva a lugar algum
Devo aprender a fechar algumas portas do passado  para abrir outras no presente

Abrir o coração no presente pensando num futuro
Um futuro que eu possa sorrir sem você
Um sorriso real
Realmente feliz
Felicidade que se vê no olhar
Olhos de noite não mais
Mais que uma simples resolução
Resoluções para 2019
2019, o ano do adeus

tq

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Clarice Lispector!

Trecho do romance Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres.

Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.

Clarice Lispector

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Aquela de quem muito se fala!

Aquela de quem muito se fala

Apesar de tantos olhos de aço, Clarice conversa com a alma
A mansidão que atravessa a parede e o muro que só eu sei e posso ver
É urgente o grito seco que não fere a garganta mas desfere a sua ira no próprio coração
Este que insiste em bater e esperou sem pressa madrugada afora

Por vezes busquei resgate como se estivesse à deriva em alto mar
Embriagado pelo cheiro do tempo que não parou de escorrer pelo canto do quarto
Em meio a tantas horas tímidas vou desdobrando o silêncio e seus segredos tangíveis
Despeço-me da solidão, abro portas pra solitude

De tanto amor fiz-me cheio de mim e da vida que há muito achava-se perdida
Sigo resignificando versos, gestos, sonhos e pessoas
Assim como quem sente ou se apaixona pela primeira vez
Sem medo
Sem mágoa
Só a certeza que o incerto é bem-vindo quando se enxerga de dentro pra fora


tq

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Carrot cake!

Carrot cake
Composição: tony quintino

Tudo bem
Se essa nossa história é complicada assim
Se eu não sei
Se eu devo te esperar ou deixo ir
Mas tudo o que eu sei te digo agora
Você vai lembrar de mim

Toda vez que você for buscar um filme bom
Eu vou estar aí
Toda vez que você for beber algo de bom
Eu vou estar aí
Quando pensar naquele som
Eu vou estar aí
Se for dançar, um passo, frisson
Eu sei que vou estar aí

E quando se enluarar
Meu beijo vai querer sentir
Línguas pra se lembrar
Desejo vai te seduzir

Voa, canção de amor
Retrato de um final feliz
Seja o amanhã quem for
Que traga um novo grande amor pra mim


tq