Aquela de quem muito se fala
Apesar de tantos olhos de aço, Clarice conversa com a alma
A mansidão que atravessa a parede e o muro que só eu sei e posso ver
É urgente o grito seco que não fere a garganta mas desfere a sua ira no próprio coração
Este que insiste em bater e esperou sem pressa madrugada afora
Por vezes busquei resgate como se estivesse à deriva em alto mar
Embriagado pelo cheiro do tempo que não parou de escorrer pelo canto do quarto
Em meio a tantas horas tímidas vou desdobrando o silêncio e seus segredos tangíveis
Despeço-me da solidão, abro portas pra solitude
De tanto amor fiz-me cheio de mim e da vida que há muito achava-se perdida
Sigo resignificando versos, gestos, sonhos e pessoas
Assim como quem sente ou se apaixona pela primeira vez
Sem medo
Sem mágoa
Só a certeza que o incerto é bem-vindo quando se enxerga de dentro pra fora
tq