Barco à vela!

Canção de alguns anos atrás, meados de 2004...

Barco à vela
Composição: tony quintino

Enquanto a cena propicia ser mais disfarce ou mesmo fantasia
As asas do fulgás destino te trazem pro meu mundo, amor bem-vindo
E vi chegar e me envolver
No descompasso do meu coração
Um novo encanto pra me acostumar
O fim da história eu já posso prever

Enquanto o enredo ganha vida me cerco do incerteza e poesia
Procuro ter na escuridão teu riso que enfeita e empresta a cor do paraíso
Te vi chegar e me envolver
Só te sonhando esqueço a solidão
Um novo instante pra poder lembrar
Com euforia ou com talvez rancor

A espera em mim
Arde como a fúria de um vulcão
Quimera te ver ficar

Ah! Navega em mim
A correnteza a nos conduzir
Dois rios descobrindo o mar

Será o amor a me alcalçar?
Céu do bem-querer que adentro pra sonhar
Dirá do amor: - O nosso lar!
Distante espero ser um dia pra me ver no brilho do teu olhar


tq

Duas meias!

Procurei por tempos um título pra essa canção. Queria algo que fizesse menção ao silêncio, ao mistério, à descoberta e aos olhos de noite. Primeiramente pensei em dois animais que tem visão noturna (por conta dos olhos de noite da letra): a coruja e o lobo.  A coruja me inspira sabedoria, por isso não poderia representar pessoas apaixonadas. O lobo, por sua vez, me faz pensar no silêncio, nos olhos de noite, na mitologia nórdica com Fenrir... Pronto, sabia que o título teria algo relacionado à lobos, só não sabia o que exatamente. Como sempre, dei tempo ao tempo, e um belo dia lendo sobre fotografias de filmes, acabei chegando ao nome Dança com lobos, que tem uma fotografia fantástica. Lembrando do filme, acabei lembrando do Duas Meias, e aí o título já estava dado. Abaixo, segue a letra da canção que fiz no ano de 2011:

Duas meias
Composição: tony quintino

De folhas secas me cerquei
Nada que o vento deixe estar
De solidão me embriaguei
Vem o silêncio em mim morar
Casto é o choro que verteu
Rasa a esperança a me espreitar
Nessa cadência sou tão eu

No amor perdido, cá estou
Tão sem sentido despertar
Largo sorriso me alcançou
Cabe tão bem me deflagrar
O áudio-retrato que eu te dei
Cai intangível, qual penar
Findo o instante do sonhar

Olhos de noite
Doce ironia
Sol que se esconde
Vejo de longe o fim chegar

Letais amores
À revelia
Morro em teu mundo
Salvo ou impuro?
Vou calar

Do sereno em ti
Fiz segredo em mim

tq

Nada!

Lembro que era 2006 e que morava numa casa amarela quando fiz essa canção de nome Nada. Já morava sozinho e passava os fins de noite vendo os dvds da série Friends...

Nada
Composição: tony quintino

Aos poucos tento me esquecer
Brincar de me esconder da solidão
Mas já não posso desfazer
Os nós que me amarram na prisão
Só me resta lembranças e mágoas
Só me resta quase nada

Um outro dia pra nascer
Procuro as frases certas pra dizer
Redescobrindo a dor do não
Sei bem, lhe entreguei um coração
Só me resta lembranças e mágoas
Só me resta quase nada

A saudade que vem de repente
Assim sem ter hora
A saudade que vem machucar
Como agora

Bem como a chuva devagar
Assisto da janela, alguém sorri
Já sinto um sonho me levar
Tão longe, espero que não tenha fim
Só me resta resquícios de falhas
Só me resta quase nada

Lá fora o sol a despontar
Me perco, não encontro meu lugar
Talvez esteja por aqui
A vida que se afastou de mim
Só me resta resquícios de falhas
Só me resta quase nada


A saudade que vem de repente
Assim sem ter hora
A saudade que vem machucar
Como agora

tq

José Luís Peixoto!

Explicação da eternidade

Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
O ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

Os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

Por si só, o tempo não é nada.
A idade de nada é nada.
A eternidade não existe.
No entanto, a eternidade existe.

Os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
Os instantes do teu sorriso eram eternos.
Os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

Foste eterna até ao fim.


José Luís Peixoto

Léon!

Segundo os registros que tenho, terminei esta canção em 07 de setembro de 2011. A música conta uma história clara, de como as coisas podem mudar sem a gente nem perceber, mantendo a dúvida se a mudança no final será boa ou ruim. Fazendo meus paralelos, Léon também é o título de um filme estrelado por Jean Reno e Natalie Portman e que também conta a história de uma grande mudança na vida dos dois personagens.

Léon
Composição: tony quintino 

Em outros dias eu lhe diria

Que em mim não há lugar

E que desista, não mais insista

Daqui não vai passar

Mas você vem e me olha

Eu já nem sei

Fora do chão

Sem fantasia, nada sentia

E sem olhar pra trás

Sempre distante, irrelevante

Nada deixei ficar

Então você vem

Seu sorriso me faz tão bem

Posso ganhar o céu

Depois de um beijo seu

Quis me negar

Mas seu olhar se encontra em mim

Posso ganhar o céu

Num pôr-do-sol sem fim

Cativo está

Sem mais que um par, me cabe assim

Quem sabe um lar?

tq

Aquele meu canto!

Aquele meu canto
Composição: tony quintino

Te vendo passar por mim
Disperso, fiquei no ar
Alcanço a imensidão
Reencontro meu coração

Maldigo o amor que vem
Renasce uma dor sem fim
Distante do bem-querer
Silente o cair em si

Ah!
Que fazer de ti?
Questiono a lucidez desse romance

Ah!
Meus amores gris
Sei que em mim não pode ver o teu porto mais seguro

Por vezes repenso em vão
Em versos pra te aludir
Intento de sedução
Augúrio de solidão

Alento que me conduz
Clausura do meu penar
Insisto em querer-te em mim
Insisto em poder sonhar

Ah!
Sigo a me iludir
Refém dos meus desejos mais errantes

Ah!
Que fazer, enfim?
Entro nesse jogo pra tentar a sorte
Me perder ou te ganhar

Posso me arrepender por te gostar assim
Pela busca de abrigo
Por forjar o amor

E se ele não chegar o que será de mim?
Um barco à vela a se perder no mar...


tq

Viviane Mosé!

Vida/Tempo

Quem tem olhos pra ver o tempo
Soprando sulcos na pele
Soprando sulcos na pele
Soprando sulcos?
O tempo andou riscando meu rosto
Com uma navalha fina
Sem raiva nem rancor.
O tempo riscou meu rosto com calma
Eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença.
Acho que a vida anda passando a mão em mim.
A vida anda passando a mão em mim.
Acho que a vida anda passando.
A vida anda passando.
Acho que a vida anda.
A vida anda em mim.
Acho que há vida em mim.
A vida em mim anda passando.
Acho que a vida anda passando a mão em mim.
E por falar em sexo
Quem anda me comendo é o tempo
Na verdade faz tempo
Mas eu escondia
Porque ele me pegava à força
E por trás.
Um dia resolvi encará-lo de frente
E disse: Tempo,
Se você tem que me comer
Que seja com o meu consentimento
E me olhando nos olhos
Acho que ganhei o tempo
De lá pra cá
Ele tem sido bom comigo
Dizem que ando até remoçando.

Viviane Mosé

Fios!

Pois bem, aqui mudo um pouco a direção e tento ver com outros olhos. O que eu fiz foi uma tentativa de estar do outro lado, de parar um pouco de escrever como Tony Quintino e escrever com os olhos da outra pessoa. Pra isso, fui ler Cecília Meireles e outras poetizas pra ver se entendia um pouco mais dessa ótica. Em minha defesa, quero deixar bem claro que é uma tentativa, pois possivelmente nunca chegue aos pés do Chico, que descreve tão bem esse outro lado. Essa que é minha primeira canção com ótica feminina, menciona alguém que delicadamente espera, mesmo sabendo que a volta talvez nunca aconteça. Assim sendo, Fios é o desabafo de uma mulher que foi deixada e que relembra, revive e sofre por tudo o que ainda não foi esquecido...

Fios
Composição: tony quintino

À noite acordada
Fumo outro cigarro em vão
Rompendo a madrugada
Ouço poucos carros, quem são?

Porque ainda espero por você?
Nem sei se ainda devo te encontrar
Fecho os meus olhos na esperança de ver você chegar

Eu ando pela casa
Chego a escutar sua voz
Eu sei, não há mais nada
Momentos de nós dois a sós

E sigo para o quarto, vou deitar
A cama é tão vazia sem você
Respiro, não resisto ao seu cheiro que ficou no meu lençol

Um ano desse adeus e eu nem vi
Um beijo que foi meu e eu perdi
Minha boca murmura um só chamar:
Seu nome

Sozinha eu me lembro
De um tempo de amor sem fim
Sei bem que era novembro
E a vida renovada, enfim

Vivia e sonhava por você
Do coração fazia o nosso lar
Amava e regava de certeza pro sol querer ficar

Hoje o desengano
Ronda o que finjo esquecer
Tenho tantos planos
Tempo pra me conceder

Será maior que o próprio coração
A dor que acostumei a carregar?
Respiro e me alimento do seu cheiro que ficou no meu lençol


tq

Pés descalços!

Entre cores, flores e o tal véu ciano escrevi uma nova canção. Depois de todo aquele colorido talvez a visão tenha ficado um pouco turva, por isso a temática tenha mudado consideravelmente. Mas se a visão ficou turva, vamos descrever exatamente como ela vê a mesma paisagem de sempre. Segue a música com cheirinho de pão das 16h...

Pés descalços
Composição: tony quintino

Só eu sei

Flor-de-lis                                                                                 

Outro adeus

Outro fim

Desencontros não sei medir

Num segundo te vi partir

Marejei

Por um triz

Fosse meu

Fosse assim

Pés descalços, sem ver, segui

Sueño, fuego, de amor caí

Cores, flores, quem dirá?

Não restou nada de mim

Meu jardim vazio está

Não tenho asas pra voar

Espero o vento, o silêncio enfim passar

Más y más

Se penso em não querer, te invento

Tão longe ouvirá

Verde mar

Teus olhos a cegar por dentro

No puedo olvidar

tq

Luís de Camões!

Transforma-se o amador na coisa amada

Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.


Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está ligada.


Mas esta linda e pura semidéia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,


Está no pensamento como idéia;
O vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.

Luís de Camões

Cores!

Cores é o título da canção mais recente. Terminei-a neste final de mês, começo de outono.
Ela é o desejo de voar sem turbulência, é a vontade de navegar mares mais tranquilos, e como não tenho o dom de prever o futuro, Cores também é o salto para o novo e que o novo seja bom!

Cores

Composição: tony quintino

Talvez seja a cor

Talvez seja o jeito que olha

Teu verde manchou

O meu coração

De tanto vermelho ele chora

Alguém o acordou

Me solto, me acho no tempo de um abraço

O céu que era cinza hoje mudou de cor

Um mês se passou

Reguei sem saber uma rosa

Que desabrochou

Em outra canção

Violetas murcharam na espera

Alguém me contou

Me solto, me acho no tempo de um abraço

O céu que era cinza hoje mudou de cor

Outra vez pra te guardar

Vivo nada mais que um sonho

Penso em te deixar ficar

Nas manhãs de véu ciano

Quis do outono um par

Corro pra te dizer

tq

Rasura!

Pois bem, como estou devendo as tais atualizações dos últimos dias, abaixo segue a letra de uma canção que fiz em outubro do ano passado.

Rasura
Composição: tony quintino

Queria ver em ti um bem
Me permitir, deixar levar
Acreditar mais uma vez
E ser feliz pra variar

Não vou mentir que até sonhei
Outra pessoa, outro lugar
Pra onde sigo é que eu não sei
Sinto por ti, não vai rolar


Raso demais
Nenhum futuro
Tantos sinais me arrastam pro escuro
Fosse mentira
Quem diria?

Vidas reais
Nada seguro
Longe do cais, lado obscuro
Como eu queria
Quem diria?

Entre mil desnortes vaguei
Longe do infinito me achar
Foi colhendo versos pra alguém
Que senti desejo de mar

Se ventura é sorte, talvez
Deixo esse vazio soprar
Versos de partida me vem
Enquanto espero o dia passar

tq

Vinicius de Moraes!

Soneto de contrição

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma…

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

Vinicius de Moraes

Sombra de oliveira!

Então...

Tem um bom tempo que não passo por estas bandas. Por isso a passagem de hoje faz-se necessária para as devidas atualizações.

Nesse tempo ausente, escrevi algumas canções. Hoje mesmo terminei uma, baseada na linda história da série Hoje é dia de Maria.

Como não é novidade, escrevo a partir do momento que algo me chama atenção, e a história da Maria chamou. Pra variar, Luiz Fernando Carvalho me cativando com uma linguagem só dele.

Abaixo, segue a letra da canção que acabou de sair do forno:

Sombra de oliveira
Composição: tony quintino

Tanto é o tempo que cansei de contar

Esqueço que ficou lá

Assim deixo estar

Chega de repente sem avisar

Feito um rio pro mar

Em mim desaguar

Só não sei

Porque vem

Muito além das franjas do mar

Esperei do pôr-do-sol um sinal

Quis prever temporal

Ser capaz de enxergar

Ler nas entrelinhas o que é real

Ver o tom natural

Pra jamais duvidar

Mas não sei

De onde vem

Mais além das franjas do mar

Cadê você, meus olhos d’água?

Sim, foi você que esperei sem saber

E me afoguei de canto e de mágoa

Eu que só quis voar

Eu que por tanto amar caí do céu de mim

Tanto sentimento pra se guardar

A sete chaves trancar

Assim deixo estar

Vezes de reescrever um final

História tão desigual

Me tomo a pensar

tq

Dogma de Vênus!

Dogma de Vênus
Composição: tony quintino

Longe dos teus olhos o amanhecer não tem mais cor                                     
Dias que passaram indiferentes seguem tão iguais                                                  
O teu sorriso é tão singular, mas tua voz eu nem me lembro mais                               
Foi tão difícil te encarar de novo e ter que aceitar
                                                             
Sonhos naufragados nas palavras que te ouvi dizer                                                             
Noites, quantas noites nos teus braços, pude adormecer                                                
Se hoje ainda te amo, amanhã pode tudo mudar                                                                      
Eu já me vejo sem você na rua ou em qualquer lugar
                                                         
O tempo passa em minha frente, é o meu destino a me levar             
A tua ausência já não me sufoca, eu posso respirar                                                          
Os meus anseios se confrontam, como a luz e a escuridão                                                        Eu vou buscando novos horizontes pro meu coração
                                                                 
Canções e poesias que só nós podemos compreender
Um rastro de emoções que da memória não vão se perder                                                    
Você foi uma estrela cadente que em um instante logo se apagou                                           Foi uma chuva de verão que inundou meu coração
                                                   
Agora com os pés no chão eu posso caminhar em paz          
Longe das contradições que o amor alimenta
Eu quero muito mais


tq