domingo, 17 de dezembro de 2017

Maria Cecília Nachtergaele!

Eu procuro alguém pra fazer uma poesia comigo
Tem que ser terno e triste
É essencial que seja triste

Os olhos de poeira
Muita saudade e medo
Gestos de até logo com jeitinho de adeus

Tem que ser distraído, sorrir à toa
Sempre querer chorar e nunca conseguir
E ter amado
Muito
E ter sofrido
E andar de poeta que fala sozinho
E falar muito abandonadamente

É preciso ter jeito de quem está querendo ser criança outra vez
E as mãos de um jardineiro quando está chovendo
Que saiba muito como começar a sorrir
Mas nunca saiba como começar a falar

Mas a maior urgência que existe
O essencial
O muito essencial
É ser imensamente triste


Maria Cecília Nachtergaele

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Espelho!

Canção dos tempos gelados em Porto.

Espelho
Composição: tony quintino

O mesmo de antes
Nem preciso me lembrar
O mesmo semblante
Como pude me enganar?

Esse vazio
Me acompanha aonde eu for
Sorriso frio
Nunca foi nem é amor
Mas posso te dizer que acabou

E o tempo que eu te dei
Não posso apagar
Sem muros, não há mais prisão
Esse é o meu lugar
Distante, longe de você
Meu espelho diz:
- Aonde quer chegar?


tq

domingo, 15 de outubro de 2017

Bichinho!

Depois da tarde que nos fez voltar no tempo...

Bichinho
Composição: tony quintino

De tanto amor eu fiz um mundo pra você
E se acercou de mim e fundo eu pude ver
Quis mais e foi além na alma e coração
De tanto amor, meu bem, te fiz outra canção

Pra te lembrar
Que longe, em algum lugar
Estou aqui
Te esperando voltar

O tempo vai provar tudo, enfim
E um dia, sem mais, vai pensar em mim
Na esquina eu vi que o amor está lá
E quem passa ali pode até tocar

Na minha roupa o cheiro que é só seu
Na minha boca o beijo que eu roubei

tq

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Por que a gente se separou?

Canção de alma chamamecera...

Por que a gente se separou?
Composição: tony quintino

Nunca voltar, sempre partir
Por mais que eu queira acreditar
Não sou assim

Não revelar é um mistério abrir
De mil maneiras pra você
Só disse sim

Transbordando em mim palavras
Me perco em meio a tantas canções
E eu choro por quê?
Quem vai me dizer?

Como é que se fala quando
Escorrendo está o próprio coração?
E eu finjo esquecer
Te quero, como faz?

Silenciar sem desistir
Tantos amores sem porvir
Que eu já vivi

Penso em ficar e em tempos partir
Enfim quisera então saltar
Pra pôr um fim

Sangrando fez-se poesia
Por entre os dedos das minhas mãos
Se eu choro é você
Tão sempre a razão

Como é que se cala o pranto
Desses vazios dentro de mim?
Esqueço de esquecer
E espero sem ter paz

tq

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Adélia Prado!

Impressionista

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Adélia Prado

terça-feira, 25 de julho de 2017

Lívia!

Afinal, o que querem as mulheres?

Lívia
Composição: tony quintino

Quase manhã
E o sol não quer chegar
Cidade vã
Despertar
Não sei de tempo
Me invento sem ter lugar

Quase manhã
E as luzes vão se apagar
Sombras que vão
Dissipar
Porto o lamento
Tormento, prazer não há

Quase manhã
De um cinza que desabou
Tanta ilusão
Congelou
De encontro ao vento
Por dentro perdendo o ar

Quase manhã
E um canto de solidão
Se fosse ouvir...
Coração
Segue morrendo
Querendo não mais sonhar

Quase manhã
Por vezes pensei no fim
Quanto ao amor?
Infeliz
Sem mais, silêncio
Imenso, sangrando um mar

tq

sábado, 17 de junho de 2017

Forró lá em casa!

Essa é do tempo que passei em Porto Alegre, indo toda sexta no In Sano e dançando nas festas do Flec. Saudade até do barulho da Borges.

Forró lá em casa
Composição: tony quintino 

Por que você demora
Se eu fico a te esperar?
Mas se você me olha
Como posso não sonhar?

Sabe que eu te desejo
Coisas do coração
Lembrando dos nossos beijos
Que eu te fiz essa canção

Vou te convidar pra ver o sol se pôr
Nosso amor vai ganhar asas
Esquecer do mundo e fazer tudo, tudo por nós dois
Dançando um forró lá em casa

Ver a luz de cada estrela iluminar
Teu sorriso de chegada
Vou guardar os teus segredos e te fazer feliz
E falar da paz que vem do teu olhar



tq

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Mariposa!

Mariposa
Composição: tony quintino

Um ano depois estou aqui
Um ano depois tentei fugir
Quando me deparei
Andando por ruas que contigo andei

Um ano depois nem sei de mim
Um ano depois quis desistir
Quando me afoguei
Sonhando por ruas que contigo andei

Sem rumo vai secando o coração
Trocando passos sigo em solidão
Não te cega a luz das minhas palavras?
De tanto amor a alma foi quebrada

Um ano depois um céu que é gris
Um ano depois esqueces de mim
Tanto que eu te esperei
Versando por ruas que contigo andei

Um ano depois refém do fim
Um ano depois me sinto infeliz
Tanto que eu já nem sei
Morrendo por ruas que contigo andei

tq

terça-feira, 18 de abril de 2017

Federico Garcia Lorca!

Balada triste


¡Mi corazón es una mariposa,
niños buenos del prado!,
que presa por la araña gris del tiempo
tiene el polen fatal del desengaño.

De niño yo canté como vosotros,
niños buenos del prado,
solté mi gavilán con las temibles
cuatro uñas de gato.

Pasé por el jardín de Cartagena
la verbena invocando
y perdí la sortija de mi dicha
al pasar el arroyo imaginario.

Fui también caballero
una tarde fresquita de mayo.
Ella era entonces para mí el enigma,
estrella azul sobre mi pecho intacto.
Cabalgué lentamente hacia los cielos.
Era un domingo de pipirigallo.
Y vi que en vez de rosas y claveles
ella tronchaba lirios con sus manos.

Yo siempre fui intranquilo,
niños buenos del prado.
el ella del romance me sumía
en ensoñares claros:
¿quién será la que coge los claveles
y las rosas de mayo?
¿Y por qué la verán sólo los niños
a lomos de Pegaso?

¿Será esa misma la que en los rondones
con tristeza llamamos
estrella, suplicándole que salga
a danzar por el campo...?

En abril de mi infancia yo cantaba,
niños buenos del prado,
la ella impenetrable del romance
donde sale Pegaso.
Yo decía en las noches la tristeza
de mi amor ignorado,
y la luna lunera, ¡qué sonrisa
ponía entre sus labios!
¿Quién será la que corta los claveles
y las rosas de mayo?

Y de aquella chiquilla, tan bonita,
que su madre ha casado,
¿en qué oculto rincón de cementerio
dormirá su fracaso?

Yo solo con mi amor desconocido,
sin corazón, sin llantos,
hacia el techo imposible de los cielos
con un gran sol por báculo.

¡Qué tristeza tan seria me da sombra!
Niños buenos del prado,
cómo recuerda dulce el corazón
los días ya lejanos...
¿Quién será la que corta los claveles
y las rosas de mayo?


Federico Garcia Lorca

segunda-feira, 20 de março de 2017

Stella!

Stella
Composição: tony quintino

Passo os dias
Passatempo
Cato as horas
Catavento
E tudo o que eu puder pra não pensar em você

Traço linhas
Traiçoeiras
Faço minhas
Tais maneiras
E tudo o que eu fizer pra não pensar em você

Enquanto me dói sorrir
Enquanto eu espero mais
Enquanto não penso em mim
Te vivo sem saber aonde vou chegar

Agora está em tudo o que eu cantar
No que sobrou
E o que dirá
Se acaso o amor morreu pra amanhecer?
Como um filme retrô

tq

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Mil lados!

Canção começada lá pros lados do Guaíba e terminada hoje, aqui em Ctba.

Mil lados
Composição: tony quintino

Claro e raso pra você
Denso e fundo foi pra mim
Quem me dera responder
Meu silêncio tanto diz

E essa areia na visão em meio à escuridão
Que diferença faz?

Céu de estrelas pra você
Tempestade foi pra mim
Quanta espera sem saber
Resistindo eu fui feliz?

Na geleira o coração em meio à solidão
Que a indiferença traz
Se eu pudesse esquecer
Soubesse esquecer

Esqueceria tudo
Tudo o que um dia eu vivi
Um dia eu quis pra nós

Reinventaria tudo
Cada pedaço de mim
A um passo do fim eu perco o ar
Nada mais está
Sinto apenas o tempo bem devagar

De que lado estou?
Tem mil lados o amor que não passou


tq

sábado, 14 de janeiro de 2017

Um pouco de azul!

Um pouco de azul
Composição: tony quintino

Nada de mim
Nada que eu possa ser
Ninguém mais uma vez

Outra canção
Outra sem direção
Alguém pode me ouvir?

Tanto eu sei
Que já nem sonho mais
Deixo estar

Tanto errei
Que eu não encontro paz
E volto à me perder

Sempre é assim
Sempre de volta ao cais
Refém dentro de mim

Quase esqueci
Quase eu acreditei
Ninguém pode me ouvir

Já nem sei
Tanto deixei pra trás
Ficou lá

Naveguei e naufraguei
Olhos de nunca mais
E volto à me perder
Deixo estar

tq